segunda-feira, 9 de abril de 2007

Arte & Ciência



Entro no Hospital para mais um turno como enfermeiro e não consigo deixar de o fazer com um sorriso nos lábios... Encaixa-me bem essa Arte na Ciência Humana que considero a Enfermagem... Aqueles que me conhecem sabem que não nasci para estar sozinho... Adoro pessoas (oubistes luis?). Procuro no meu diálogo com o próximo a excelência na arte da relação. Dou graças por fazer algo que me realiza diariamente desde as suas mais pequenas evidências.




Quanto à enfermagem... Penso que uma das respostas para a questão acerca do seu conceito, será observar a mesma à luz da ciência e da arte. Como ciência, ela há-de ser um conjunto de conhecimentos - o saber-saber ou mesmo um sistema de saberes; como arte, ela há-de ser um conjunto e um sistema de capacidades práticas - o saber-fazer. Para Nightingale (que está para a minha profissão como Baden Powel para o escutismo), a enfermagem seria uma nova ciência e também uma nova arte, sem qq dicotomia entre estes dois conceitos, mas simbiose traduzida na arte do cuidar, tendo como objecto de estudo as respostas humanas em situação de doença. Assim, um enfermeiro terá que ser teórico e prático, dominando o conhecimento e as capacidades práticas, cientista e técnico, sabendo a enfermagem e sabendo fazer a enfermagem. Arrisco acrescentar ainda - o saber-estar, o conhecimento estético, pois considero que existe um julgamento ou observação mútua das atitudes e comportamentos, quer dos nossos utentes face à nossa presença, quer do enfermeiro, face à presença do utente. Será então a enfermagem um saber-evoluir? Com base na sua Theoria (conhecimento erudito), assente na sua Praxis (conhecimento prático) e Poiesis (conhecimento artístico)? Saber-saber, saber-fazer e saber-estar para saber-evoluir? Humildemente respondo... Ainda... Ainda não sei...

6 comentários:

Sara C. Rodrigues disse...

Toda a arte tem uma evolução, assim como toda a ciência... Desta forma torna-se crucial que, sendo a enfermagem a doce fusão destes dois conceitos, acarrete, portanto, a evolução. E sim, para que haja evolução tem que existir produção de conhecimento, conjugação de saberes...

No entanto talvez te quisesses referir a Saber-Ser, ao invés de saber-estar... Talvez te estivesses a referir ao saber-ser Enfermeiro... Pois neste saber encontra-se incorporado, não só os aspectos estéticos a que te referes, mas toda uma panóplia de aspectos essenciais para a prática de enfermagem.

Continuação de um óptimo dia
=)

1ºActo disse...

Dou-te razão... Saber-Ser tb me parece mais correcto ;op

Beijinhos

Su disse...

No que à enfermagem se refere, apenas me posso alegrar por ter duas pessoas lindas como vocês que me ensinam dia a dia a respeitar cada vez mais cada enfermeiro que encontro no meu caminho. Obrigado por isso e muito mais...

Quanto aos saberes, tenho uma opinião um pouco diferente. O saber-estar, não tem que ser substituído pelo saber-ser pois ambos implicam coisas diferentes. Pegando no que o Paulo diz, existem três tipos fundamentais de saberes, seja qual foi o grau de instrução ou a área académica:

O saber-fazer, como dizes, a prática, aquilo que aprendemos e que procuramos reproduzir e aprimorar o melhor que conseguirmos;

O saber-estar, este é comum e ao mesmo tempo diferente consoante o contexto em que nos encontramos, varia consoante o papel que desempenhamos, saber-estar como filho, saber-estar como pai, saber-estar como amigo, etc, ou seja, tal como o saber-fazer é também algo que aprendemos.

Por último, vem o saber-ser (na minha opinião, claro). O saber-ser é algo que vamos construíndo à medida que vamos experimentando o saber-fazer e o saber-estar. É algo que é inerente a nós mesmos e que nos acompanha transversalmente ao longo doa diversos contextos em que nos integramos. Mas constrói-se a partir dos outros dois saberes. Por exemplo, uma pessoa que goste de "cuidar", provavelmente vai escolher uma profissão que implique a prestação de cuidados e vai ter que aprender a "fazer" e a "estar" enquanto profissional de ajuda, mas o "ser" já lá estava e foi ele que o impeliu a essa mesma escolha profissional.

Bem mas para não me alongar muito mais que já tou a abusar, queria só deixar um outro saber que para mim engloba todos os outros: o saber-saber!!! Penso que este só surge com a maturidade e é aquilo a que chamamos a Sabedoria, pois saber-saber, na minha opinião não é dizer que sabemos, mas é demonstrá-lo em todos os nossos actos.

Beijocas e desculpem a divagação!

Sara C. Rodrigues disse...

O saber estar não tem que ser substituído por saber-ser... Concordo susaninha... Pois são saberes distintos...

O primeiro prende-se à postura, à confiança nos outros, à conduta em sociedade... Uma enfermeira pode trazer no seu dia-a-dia de trabalho: brincos e maquiagem. Não é isso que a torna melhor profissional ou pior profissional... Pois esta pode saber manter a sua conduta enquanto boa enfermeira que é, desempenhando com qualidade o seu papel de cuidadora formal, de amiga, de conselheira... de suporte emocional.

Contudo a imagem é algo que tem que ser tratada e neste contexto tornar-se a mais neutra possível...
E é aqui que entra o saber ser...
O saber assumir as responsabilidades respectivas...
O sentir necessidade de se neutralizar... A imagem é algo que faz parte da nossa personalidade e do nosso ser... E aqui... do nosso ser de enfermeiro...

Apenas me referi ao saber tendo por fase as fundamentações do Paulo...

Mas considero que ambos são importantes... Pois para mim vigoram os 4 saberes:
Saber-fazer, Saber-estar, saber-ser e saber-saber.

Beijinhos
=)

1ºActo disse...

A Tertúlia está animada pelo que aqui fica mais uma pitada de sal, com promessa de pimenta para breve...

A palavra arte provém do étimo latino “ars” “ artis”, significando, ter habilidades, meios, conhecimentos técnicos, processo através do qual se realiza algo, também se usa para designar profissão, ofício.

Considerando também como arte, o conjunto de processos, mais ou menos ordenadas, para atingir um fim; realização do belo de forma a impressionar os nossos sentidos; poder que o Homem tem de criar por meio de uma obra consciente seres ou coisas a que a natureza não deu existência real; ofício; profissão; modo; habilidade; astúcia. ( Dicionário da Língua Portuguesa, 5ª edição, 1982).

Unknown disse...

Hé pá Toni a algum tempo atrás tinha um gajo ke trabalhava aki no meu serviço ke era mesmo mas mesmo a tua cara super parecido ctg..Mas nca mais vi esse gajo por cá!!!!Hum consta ke fugiu com uma não prdão com duas ou seriam três olha não sei fugiu com umas gajas...BOAS!!!!!Hehehhe Ganda maluco tá-se???