
Penso que o termo holístico está na moda, todos falamos e escrevemos acerca de uma observação global, de um desenvolvimento global do indivíduo, ou até mesmo, do cuidar numa perspectiva holística para a enfermagem, tendo em conta o bem estar físico, psíquico, social e espiritual dos nossos utentes, clientes ou doentes, conforme os autores a estudar.
Falemos então de uma educação holística e não balística (autónimo do termo holístico) com uma pedagogia cada vez mais centrada na importância da inteligência, pois se é certo que cada indivíduo apreende o mundo que o rodeia da sua maneira, teremos que estar atentos para uma multiplicidade de estilos de aprendizagem e adequar assim, estilos de ensino correspondentes.
Portanto, uma estratégia única para todos os alunos (todos nos lembramos do nosso ensino básico) não serve, uma vez que cada aluno desenvolve uma estratégia de aprendizagem diferente.
Nascido em Londres, a 22 de Fevereiro de 1857, Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, crescendo como jovem aventureiro, estudando na sua escola, combatendo pelo seu país, sendo promovido mais tarde como o mais novo Major-General do seu exército e heroi do Reino Unido. No intuito de aplicar os seus métodos à formação de jovens, estudou um plano e fez um acampamento na ilha de Brownsea com 2 dezenas de jovens de todas as classes. Mais tarde, publicou o seu "Escutismo para Rapazes" e fundou um movimento escutista que hoje se estende a nível global, celebrando este ano o seu centésimo aniversário.
E qual a relação entre o Escutismo e essa Pedagogia vocacionada para o desenvolvimento da inteligência de acordo com as preferências do cérebro?
Sabemos que a inteligência, neurologicamente, traduz o seu desenvolvimento no aumento das sinapses entre os neurónios. Tornando-se possível exercitá-la e desenvolvê-la, criando mais ligações entre os neurónios, inclusivamente, de partes distintas do cérebro.
O Escutismo, para além de educar para os valores, na formação dos seus jovens, visa uma pedagogia multifacetada, variável e dinâmica, recusando rótulos, aceitando todas as inteligências, onde apenas existe o jogo do ganha-ganha e em que o único comparativo no meu desenvolvimento sou eu, que vou tentando aumentar as minhas competências e que tal como um atleta, vou batendo os meus recordes pessoais, evoluindo no meu sistema de progresso.
Assim, quando se planeia uma actividade escutista, são tidas em consideração os oito tipos de inteligência investigados e sugeridos pela comunidade académica, senão vejamos:
Tendo em conta a temática - "O dia da árvore", para uma secção como os Lobitos onde se encontram jovens entre os 6 e os 10 anos, podemos começar a nossa intervenção pedagógica com a realização de um jogo do tipo puzzle, onde é estimulada a inteligência LÓGICA/MATEMÁTICA, seguindo-se o compor de uma música em grupo (inteligência MUSICAL), com a sua correspondente coreografia (inteligência CORPORAL/CINESTÉSICA). É tb comum, a realização de desenhos alusivos ao tema (inteligência VISUAL/ESPACIAL), bem como a composição de uma pequena peça de teatro (inteligência VERBAL/LINGUÍSTICA) a realizar e representar em pequenos bandos ao resto da alcateia (fazendo os termos bandos e alcateia parte da mística escutista nos Lobitos - 1ªSecção), estimulando a inteligência INTERPESSOAL, através do trabalho de grupo.
Como climax, poderia ser plantada uma árvore por bando, estimulando a inteligência NATURALISTA, culminando o nosso dia com o jogo do que mais gostei e do que fiz melhor (inteligência INTRAPESSOAL), pretendendo estimular logo na mais tenra idade, o desenvolvimento da plena consciência de si, como indivíduo.
Qto mais aprendo acerca de pedagogia, maior é o meu orgulho no meu passado escutista. Somos mais de 26 milhões de Escuteiros e Guias em todo o mundo, de mangas arregaçadas e norteados pela mesma divisa: "SEMPRE ALERTA PARA SERVIR".
